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Outubro rosa: inclusão e bem-estar na prevenção e tratamento ao câncer de mama

Outubro Rosa está aí e te convidamos para conhecer a importância da inclusão de todas as pessoas na campanha, e o papel do bem-estar na prevenção e tratamento à doença.


Desde 1990, o décimo mês do ano tem cor e causa.

O Outubro Rosa é uma campanha criada pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, e visa conscientizar e democratizar o acesso a informações sobre o câncer de mama.

E nós da Arimo estamos aqui para ajudar a tornar esse movimento ainda maior.

Pensando nisso, decidimos trazer para o blog um texto com uma proposta diferente.

Além de abordar a campanha do Outubro Rosa, a ideia é ressaltar também  a importância do bem-estar na prevenção ao câncer, e, para pacientes, durante e após o tratamento.

Tudo isso com a inspiração de pessoas que já enfrentaram ou enfrentam a doença.

Então por aqui, você encontrará discussões acerca dos seguintes tópicos:

  • Para quem é o Outubro Rosa?
  • Outubro Rosa e inclusão da população trans e de travestis
  • Atenção aos sinais do seu corpo
  • Posso prevenir o câncer de mama?
  • Como os cuidados com o bem-estar podem ajudar?
  • Quando devo praticar exercícios físicos?
  • Quais são as atividades físicas mais adequadas para praticar durante o tratamento e o pós-operatório?
  • Yoga para pacientes de câncer de mama

Vamos lá?

Para quem é o Outubro Rosa?

Em resumo: para todas, todos, todes. Mas você certamente já percebeu que as representações nas campanhas realizadas dentro do Outubro Rosa focam, quase em sua totalidade, nas mulheres cisgênero, certo?

E existe um motivo para isso.

De acordo com dados da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC): “O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3 milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer em mulheres.” 

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) aponta ainda que: “para o Brasil, estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres.”

Outro dado importante revelado pelo INCA é que, apesar de também acometer homens, o câncer de mama é muito raro nesse grupo de pessoas.

Para se ter uma ideia, os homens correspondem a apenas 1% dos registros de casos de câncer de mama (vale notar: a estatística não difere populações cis e trans).

Outubro Rosa e inclusão da população trans e de travestis

Ao olharmos as estatísticas, fica fácil entender o porquê das mulheres serem tratadas como o foco da campanha.

Mas é preciso reconhecer que para os diálogos sobre o câncer de mama serem realmente completos, devemos incentivar a inclusão de outros grupos. A começar pela população transexual, que também apresenta dados estatísticos importantes.

De acordo com publicação do jornal Estadão:

“um estudo observacional do University Medical Center, em Amsterdam, publicado em 2019, envolvendo 2.260 mulheres trans e 1.229 homens trans, apontou 15 casos de câncer de mama em mulheres trans, após uma média de 18 anos de tratamento hormonal […] Na população de homens trans, 4 casos foram detectados.”

Então vale a reflexão: costumamos enxergar essas pessoas dentro do Outubro Rosa? Travestis e pessoas trans se veem como público alvo do Outubro Rosa e sabem que também precisam ter atenção sobre o câncer de mama?

Para homens trans, a questão de se ver representado é ainda mais significativa, já que as campanhas não costumam incluir corpos semelhantes aos deles.

Além disso, para a população trans, no geral, existem ainda outras dificuldades, como o despreparo médico em lidar com o cotidiano de algumas dessas pessoas.

É o que aponta a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que chama atenção ainda para a importância do autoexame para quem faz hormonização regularmente.

É urgente que a população trans e de travestis também seja orientada e incluída de forma prática em ações de prevenção e tratamento ao câncer de mama.

Atenção aos sinais do seu corpo

Deu para entender que, independente de quem você seja, você também deve ser parte dos diálogos do Outubro Rosa, certo?

Consequentemente, você deve ter atenção aos sinais do seu corpo e aos cuidados com ele. 

Quando falamos sobre prevenção ao câncer de mama, inclusive, é comum que nosso primeiro pensamento seja sobre o autoexame. Mas o INCA aponta alguns alertas que seu próprio corpo sinaliza para mostrar que as coisas podem não estar exatamente muito bem.

No site do instituto, por exemplo, a seguinte lista aparece como sintomas frequentes para a doença:

  1. Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
  2. Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
  3. Alterações no bico do peito (mamilo)
  4. Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
  5. Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos

Mas lembre-se: o autoexame e as observações que você faz sobre seu corpo não devem ser um autodiagnóstico.

Se você perceber um ou mais sinais listados acima, procure um médico para avaliar e investigar o seu caso.

Ainda, o mês de outubro é ideal para realizar as mamografias preventivas. Um passo muito importante para detectar esse câncer no início.

Posso prevenir o câncer de mama?

A resposta é sim. O Inca aponta que “cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos saudáveis”.

Isso inclui a prática de atividades físicas e a manutenção de um peso corporal adequado. Entram para a lista também:

  1. evitar o consumo de bebidas alcoólicas
  2. não fumar e evitar o tabagismo passivo
  3. e para as mamães: amamentar seu bebê durante o maior período de tempo possível.

Por aí já conseguimos enxergar melhor como o bem-estar está atrelado à ideia de prevenção quanto o assunto é câncer de mama.

Mas outros pontos também ressaltam essa relação.

Como os cuidados com o bem-estar podem ajudar?

Como você deve ter percebido, a lista de hábitos que podem diminuir o risco para câncer de mama incluem a prática de atividade física.

E como sempre falamos aqui no blog, esta é uma ferramenta potente para o bem-estar.

Anteriormente, em nosso post especial sobre o Dia Internacional da Mulher, trouxemos o exemplo de Roberta Perez.

E hoje — e sempre —, novamente, celebramos a história dela.

Roberta é a prova de que os cuidados com o bem-estar podem te ajudar mesmo nas fases mais difíceis do câncer de mama.

Afinal, a vida dela se transformou diante dos conhecimentos do yoga.

Em relatos da sua conta no Instagram — a Vai por Mim OficialRoberta conta que o yoga foi como uma terapia para ela após o processo de mastectomia.

Foi através da prática que ela conseguiu aliviar sintomas de depressão e transformar sua visão de mundo.

Desde então Roberta Perez se tornou instrutora de yoga e dedica seu ofício a ajudar pessoas que passam pelos mesmos processos que ela enfrentou.

Exemplo disso, são as dicas práticas de yoga para o pós-mastectomia, quando as pessoas podem encontrar dificuldades até em exercícios respiratórios.

Quando devo praticar exercícios físicos?

Sempre!

Como falamos anteriormente, a atividade física gera um bem-estar físico que pode ser decisivo para evitar o câncer de mama.

E os benefícios dos exercícios se estendem para outros momentos, inclusive quando seu praticante é um paciente, como vimos na experiência da Roberta.

Com ela, conseguimos entender algo importante.

Quando uma pessoa com câncer de mama pratica atividade física, é possível encontrar um bem-estar mental imprescindível para o enfrentamento da doença.

Em vídeo para o canal Instituto Espaço Vida, inclusive, a fisioterapeuta Taluana Jamel afirma que os exercícios físicos podem ajudar também a diminuir efeitos colaterais do tratamento medicamentoso.

E se a atividade física ajuda na prevenção e no enfrentamento ao câncer de mama, no pós-tratamento não é diferente.

Nesses dois casos, os pacientes que praticam atividades físicas conseguem diminuir a fadiga, ansiedade e depressão, e melhorar a função física e a qualidade de vida.

A informação foi divulgada pelo Colégio Americano de Medicina Esportiva.

Então, se você não é paciente, ou se você é —  independente da fase em que você esteja: as atividades físicas podem te preservar e proteger.

Busque orientação médica para incluir exercícios em sua rotina e garanta qualidade de vida.

Quais são os exercícios mais adequados para praticar durante o tratamento e o pós-operatório?

Antes de qualquer coisa, é importante avisar que: os exercícios para tratamento e pós-operatório só devem entrar na sua vida mediante aprovação médica.

Isso porque, apesar de melhorar seu bem estar, apenas um profissional poderá determinar quais atividades são as ideais para você e seu caso.

Mas existem alguns exercícios que podem ser mais comuns entre as indicações médicas.

No vídeo abaixo, você confere alguns deles com a fisioterapeuta Taluana, como os alongamentos para a coluna e exercícios que visam melhorar a mobilidade.

Yoga para pacientes com câncer de mama

Além dos exercícios mais tradicionais, uma ótima opção pode ser a nossa tão falada e querida yoga.

E a organização norte-americana Breastcancer.org aponta alguns dos benefícios.

“Pesquisas em pacientes com câncer de mama mostraram que o yoga pode ajudar a melhorar o funcionamento físico, reduzir a fadiga, reduzir o estresse, melhorar o sono e melhorar a qualidade de vida.”

O yoga pode funcionar ainda de forma a aliviar dores decorrentes da mastectomia, como dores na região alta das costas, pescoço e ombros.

Confira abaixo o relato de Francisco Kaiut, instrutor do método Kaiut Yoga, sobre a relação da atividade com pacientes no pós-operatório.

Novamente, é importante averiguar a possibilidade de incluir a prática em sua rotina.

E no caso de pacientes com câncer de mama ou em recuperação, além da avaliação médica, vale também consultar instrutores de yoga.

Afinal, como a atividade conta com diversas modalidades, uma pessoa qualificada na área pode apontar qual tipo de yoga é o mais adequado para o seu momento.

Entre as muitas modalidades do yoga, o portal Oncoguia destaca o yoga restaurativo — que inclusive já foi tema de publicação nossa aqui no blog


Recapitulando…

Em suas conversas sobre o câncer de mama — seja durante o Outubro Rosa ou não —, inclua todas as pessoas.

É importante que a informação e orientação circule e alcance tanto pessoas cis quanto pessoas trans.

Tenha atenção para os sinais do seu corpo.

Observação e autoexame são imprescindíveis, mas devem ser sempre avaliados por um profissional médico. Caso encontre algo diferente em seus seios, busque ajuda.

Faça mamografias preventivas anualmente.

Mantenha hábitos saudáveis e pratique atividade física, assim você pode reduzir a possibilidade de desenvolver câncer de mama.

Caso seja paciente, desta forma você pode melhorar sua qualidade de vida e diminuir efeitos colaterais de tratamento e pós-operatório. 

E lembre-se: o yoga pode ser uma ótima opção para te ajudar a alcançar bem-estar físico, mental e espiritual — seja você paciente ou não.

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