Yoga e Meditação: quais são suas principais diferenças e semelhanças?
Diferente do que muitos pensam, yoga e meditação não são a mesma coisa. Mas uma prática não exclui a outra. E neste post explicamos um pouco melhor sobre a relação entre ambas!
Yoga e meditação têm diferenças?
A relação entre yoga e meditação pode parecer muito simples e natural para seus praticantes.
Mas, para iniciantes em ambas as atividades, e até mesmo pessoas sem muito conhecimento sobre o tema, uma dúvida pode ser bastante comum: yoga e meditação são a mesma coisa?
Em uma curta resposta aos ainda confusos sobre o tema: não, yoga e meditação não são a mesma coisa. Mas as práticas também não são tão distantes e nem se anulam.
Pelo contrário, muitas vezes as modalidades podem se relacionar — seja de forma direta ou não — e se complementar, para proporcionar uma vida de maior equilíbrio.
Falando assim, até parece complicado ou abstrato, certo? Mas é bem simples. E a instrutora de yoga Vivi Holder explica que muitas vezes, a meditação pode até mesmo abrir as portas do yoga para seus praticantes, assim como o yoga também pode abrir as portas para a meditação.
Ela conta que “muitas pessoas entram na prática [do yoga] com objetivos mais pontuais com foco no desenvolvimento corporal como força e flexibilidade. E no transcorrer da prática descobrem que o corpo funciona na sua melhor forma quando percebemos sua integralidade.
Isso acontece quando nós nos permitimos usufruir das técnicas de respiração, concentração e meditação, que podem inclusive acontecer durante os exercícios corporais. E aí que desenvolvemos as técnicas de meditação.”
Para Vivi, o contrário também acontece: praticantes de meditação também podem encontrar caminhos que levam até o yoga. Isso porque, segundo a instrutora,
“quando apenas meditamos percebemos que o corpo precisa de um preparo para alcançarmos níveis de concentração e meditação. A prática completa é sempre o mais eficiente.
Porque a ideia das técnicas corporais e respiratórias, que existem dentro de uma prática de yoga existem para que você prepare seu corpo para a meditação.”
Na teoria, já dá para começar a entender sobre a relação entre as duas modalidades, certo?
Mas na prática, quais são as semelhanças e diferenças entre meditação e yoga? E como elas podem funcionar em conjunto?
Nesta postagem, te contamos um pouco mais sobre esta rede que conecta duas práticas milenares.
Meditação e yoga: afinal, qual é a diferença?
Respondendo de forma simples, podemos dizer que o ponto que difere yoga e meditação é a forma de trabalho de cada uma dessas modalidades.
Isso porque, diferente da prática de yoga, a prática meditativa trabalha exclusivamente o equilíbrio mental. Portanto, os exercícios da meditação são puramente internos, focando na mente de seu praticante.
Já no yoga, a busca por equilíbrio entre espírito, mente e corpo requer exercícios mentais combinados a exercícios físicos.
Meditação e yoga: as semelhanças
A diferença entre yoga e meditação pode não formar uma grande lista, mas as semelhanças definitivamente se mostram mais expressivas em números.
Aqui no blog já abordamos os benefícios cientificamente comprovados de ambas as modalidades. E alguns deles caem justamente nesta rede de pontos comuns que ligam yoga e meditação.
As práticas meditativas, por exemplo, já foram atestadas como uma forma de auxiliar na diminuição de ansiedade — algo pelo qual o yoga também é reconhecido.
Mas existem outras tantas semelhanças entre yoga e meditação:
1. São práticas milenares
Começando pelo básico, podemos apontar que tanto o yoga quanto a meditação são conhecimentos milenares. E a prática de ambos vem acompanhando a história da humanidade em diferentes aspectos.
2. Ambas buscam a evolução
Um dos principais pontos comuns entre yoga e meditação é o objetivo na evolução — seja ela física, mental e/ou espiritual. Por este motivo, a aplicação destas práticas engloba os mais diversos campos: desde as utilizações na saúde até a integração em diferentes crenças religiosas.
3. Promovem equilíbrio e conhecimento interior
Por trabalharem um controle da consciência — exclusivamente ou não —, a prática do yoga e da meditação te conduz para um caminho de conhecimento e equilíbrio interior. E essas habilidades impactam diretamente a vida cotidiana de seus praticantes, como mostram os próximos pontos.
4. Reduzem estresse e ansiedade
É com este foco no eu interior que muitas pessoas encontram um dos principais motivos pelos quais buscam pela meditação e/ou pelo yoga: alívio de estresse e ansiedade.
E não à toa. A íntima conexão consigo mesmo, promovida pelas modalidades, incentiva a mente a se entender, se aceitar e, principalmente, se esvaziar, quando necessário. Desta forma, as práticas auxiliam na diminuição do fluxo de pensamentos nocivos ao seu bem-estar.
5. Podem aliviar crises de enxaquecas
Tanto o yoga quanto a meditação podem ajudar quem sofre com enxaquecas, mas o curioso desta semelhança é que as modalidades agem de formas distintas.
O yoga pode diminuir a intensidade da dor através de uma melhor circulação sanguínea, decorrente da prática e seus exercícios.
Já a meditação trabalha a parte mental. Como enxaquecas também podem ter origem nervosa, o esvaziamento da mente, proporcionado pela meditação, pode atuar no alívio das dores.
6. Melhor qualidade de sono
Outro aspecto da vida diária que pode se beneficiar da conexão entre corpo e mente, facilitada por técnicas de meditação e yoga, é o sono.
Por ajudar o praticante a ter um controle maior sobre si mesmo, as duas modalidades permitem que você tenha mais facilidade de esvaziar a mente na hora de dormir.
Meditação e yoga em complemento
“Uma prática completa de yoga contempla técnicas corporais, respiratórias, técnicas de aquietamento, concentração e meditação,”
explica a instrutora Vivi Holder. Ela não só aponta que a meditação faz parte do yoga, como também ressalta que é uma das partes mais importantes da prática.
O clássico texto Yoga Sutra, assinado por Patanjali, detalha essa interseção entre as práticas quando descreve que o yoga segue oito passos: cada um contemplando uma área de conhecimento, que auxilia no equilíbrio entre corpo, mente e espírito.
Asanas e pranayamas podem ser os termos mais conhecidos do Yoga Sutra, até mesmo entre as pessoas que não praticam a modalidade, mas outros três passos são essenciais para o entendimento da meditação na prática.
- O Pratyahara é o 5º passo do yoga, e o ensinamento que nos incentiva a internalizar nossas próprias ações, tomando uma postura contemplativa sobre nosso próprio corpo e ações;
- Já o chamado Dharana (6º passo)diz respeito à concentração ao longo do exercício, buscando um único foco para a sua atenção;
- E o 7º passo, o Dhyana,é a própria meditação, que, através do Pratyahara e do Dharana, busca a permanência da atenção em um só foco, sem permitir que aspectos externos interrompam o estado de conscientização interior
Neste caso, a prática meditativa não atua de forma independente, mas sim integrada aos outros saberes do yoga. E a forma como essa integração acontece vai sempre diferir entre os diversos tipos de yoga.
No vídeo acima, a Marília Umbelina explica um pouco mais desses passos e de algumas técnicas de respiração utilizadas no yoga!
“O SwáSthya yoga, por exemplo, busca uma técnica integral e completa, com foco em todas as técnicas. O hatha yôga já dá mais ênfase às técnicas corporais, e assim por diante.
Existem também algumas linhagens com muito foco em meditação e poucas técnicas corporais. O mais eficaz é você identificar aquilo que é mais importante para você,” explica a instrutora Vivi.
Benefícios da integração
Independente das diferentes aplicações para a combinação entre yoga e meditação, juntas, as duas modalidades também podem promover benefícios que vão além dos pontos positivos, que elas compartilham, citados anteriormente no texto.
Um exemplo disso, é um benefício do qual até mesmo já falamos aqui no blog: “o pesquisador e professor de medicina Jon Kabat-Zinn, da Universidade de Massachussetts, descobriu que a combinação entre meditação e yoga pode diminuir a dependência de analgésicos e reduzir os sintomas de dor crônica, como a enxaqueca.”
Mas existe yoga sem meditação?
Apesar da utilização complementar, nem todos os tipos de yoga incluem práticas meditativas conscientes — ou seja, aqueles exercícios que são orientados pelo instrutor como uma meditação em si.
E isso se dá porque, segundo a instrutora Vivi Holder, “precisamos entender que a meditação não é o objetivo de muitas pessoas que ingressam na prática [do yoga].”
Ela explica ainda que o fato de a meditação não ser uma prioridade para alguns praticantes do yoga, não altera a importância da modalidade para uma prática completa.
Yoga e meditação na prática
Agora que você já conhece as diferenças, semelhanças e a potente combinação de yoga e meditação, a pergunta que pode ficar é: como e por onde começar?
Esta pode ser uma pergunta para levar para quem te orienta na prática das modalidades. Isso porque, como dito anteriormente, a integração varia entre os tipos de prática.
A meditação antes do yoga, por exemplo, pode aprimorar ainda mais sua performance durante a prática. Isso porque a meditação ajuda a te colocar em um ambiente mental propício para os exercícios posteriores.
Já a meditação após a prática de yoga pode ainda prolongar a sensação de relaxamento do corpo e da mente, além de estender também seu tempo de foco no presente e no seu eu interior.
Vale lembrar ainda que a prática de meditação antes e depois do yoga não requer um longo tempo de dedicação. Você pode reservar até mesmo cinco minutos antes ou depois do exercício.
O importante mesmo é a qualidade, e não a quantidade, do tempo que você reservará para este momento de conexão.
Se você ainda não sabe como começar, o vídeo abaixo é um ótimo exemplo de uma prática de yoga que integra exercícios de meditação!
É hora de se beneficiar!
Por fim, a relação entre yoga e meditação não é assim tão complicada, certo?
Dois conhecimentos milenares, diferentes, mas amplamente complementares. São duas modalidades altamente benéficas para seus praticantes e, como muitos dizem, dois lados da mesma moeda: a busca por uma vida de autoconhecimento e equilíbrio.
E já que começamos o texto com uma pergunta — que esperamos ter respondido — deixamos uma nova questão para você: você está preparado para experimentar os benefícios proporcionados pelo yoga e pela meditação?