Em busca da longevidade: Quatro dicas para uma vida longa e saudável
Conheça alguns hábitos que podem ajudar quando se está em busca da longevidade!
Você sabia que, de acordo com dados Organização Mundial da Saúde (OMS), a expectativa de vida global, ao nascer, é de cerca de 73,3 anos?
Mas existe uma diferença de quase dez anos quando falamos de expectativa de vida saudável.
Nesses casos, a projeção é que a população mundial viva, em média, 63,7 anos.
É importante mencionar que ambos os números são resultado de um movimento de crescimento na expectativa de vida nas últimas duas décadas. Eles correspondem aos dados levantados pela OMS até 2019.
Posterior a isso, o mundo vivenciou uma pandemia que vitimou mais de 4,5 milhões de pessoas em todo o globo. E ainda não se sabe exatamente em que nível isso afetará a expectativa de vida mundial nos próximos anos.
Mas, independentemente do impacto deixado pela pandemia, é importante falarmos sobre expectativa de vida e longevidade. E mais do que isso: incentivar a adoção de hábitos que podem nos permitir uma vida mais saudável e mais longa.
Por isso, neste texto oferecemos algumas dicas para você ir em busca da longevidade.
Mas não só isso: trazemos também reflexões sobre o direito a essa vida mais longa e saudável — que, spoiler: não abrange toda a sociedade.
Por aqui você pode ler sobre:
- Como a expectativa de vida cresceu e como a Covid-19 pode desacelerar esse movimento?
- Dicas para conquistar longevidade: cuidados com a saúde mental
- Dicas para conquistar longevidade: visite médicos regularmente
- Dicas para conquistar longevidade: alimentação balanceada
- Dicas para conquistar longevidade: mantenha uma rotina de exercícios físicos
- A desigualdade que impossibilita o direito à longevidade
Como a expectativa de vida cresceu e como a Covid-19 pode desacelerar esse movimento?
Como mencionado no início deste texto: até 2019, a expectativa de vida da população mundial, ao nascer, cresceu. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse movimento se deu graças a melhorias na saúde.
O acesso e a qualidade nos cuidados chamados “materno-infantil” é uma das razões para essa mudança. Campanhas de prevenção a doenças transmissíveis, como o HIV, por exemplo, também marcam essa virada positiva.
Então, se essas medidas para uma melhora na qualidade de vida deixam de ser uma realidade abrangente, a expectativa de vida também pode sofrer impacto. E foi exatamente isso que aconteceu durante os últimos dois anos.
Com a pandemia em situação de descontrole, a prioridade, logicamente, ficou com as medidas para barrar o avanço do vírus e cuidar de quem estava infectado.
Esse cenário refletiu, por algum tempo, na falta de leitos para pessoas com outros diagnósticos e enfermidades, por exemplo.
Além disso, o impacto também foi sentido na fila para procedimentos, exames e até mesmo consultas no Sistema Único de Saúde (SUS). Em levantamento realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inclusive, foi revelado que, atualmente, o SUS conta com mais de 1 milhão de procedimentos em atraso.
Com diagnósticos e tratamentos atrasados, pacientes podem enfrentar piora em seus quadros clínicos.
E, por se tratar de uma situação generalizada no país, há chances de impactar de forma negativa a expectativa de vida por aqui.
Ao redor do mundo, a situação não é muito diferente. Segundo a OMS,
“a pandemia provavelmente aumentou as mortes por outras causas devido à interrupção na prestação de serviços de saúde e imunizações de rotina, menos pessoas procurando atendimento e escassez de financiamento para serviços não relacionados ao Covid-19.”
A OMS afirma ainda que essas interrupções devem atrasar o progresso global quando o assunto é expectativa de vida.
Dicas para conquistar longevidade:
1) Cuidados com a saúde mental
Um aspecto que afeta diretamente a longevidade e a expectativa de vida, que também foi afetada pela pandemia, é a saúde mental.
De acordo com nota do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), casos de depressão e ansiedade já estavam em crescimento no Brasil antes mesmo da pandemia. Mas após esse período, os números alcançaram um nível alarmante. Entre as razões para isso estão:
- Sentimento de medo
- Falta de socialização
- Perda de pessoas queridas
Para se ter noção, uma análise conduzida no Reino Unido, por psiquiatras da Universidade de Oxford, revelou que casos graves de transtornos mentais podem reduzir a expectativa de vida entre 10 e 20 anos.
Apesar de não se tratar da realidade brasileira, podemos ter uma noção do impacto da saúde mental na longevidade.
E podemos entender também a necessidade de cuidar da nossa mente para garantirmos uma vida mais longa e de melhor qualidade.
Então, é de extrema importância buscar ajuda psicológica profissional.
E você não precisa estar vivenciando sintomas graves de transtornos como depressão ou ansiedade para isso. O cuidado com a saúde mental pode ser não apenas para tratamento de diagnósticos, mas também para prevenção.
A orientação de profissionais pode te ajudar de diferentes formas. Com ela, você pode aprender a lidar com — e até superar — quadros de sofrimento psicológico. Mas também pode conquistar mais autoconhecimento e descobrir ferramentas para enfrentar adversidades de forma mais madura e segura.
Só não se esqueça de que ajuda profissional é o caminho, e que o cuidado com a saúde mental é um processo.
Não há tempo fixo para identificar resultados, nem a garantia de que o primeiro profissional será o responsável por todo o seu acompanhamento médico.
O processo depende de cada pessoa e suas particularidades. Então tenha paciência consigo e com as pessoas ao seu redor.
2) Visite médicos regularmente
Assim como a frequência no cuidado com a saúde mental é necessária, o mesmo vale para a saúde geral. Por isso, outra dica para conquistar a longevidade é visitar médicos regularmente.
Desta forma, você pode identificar possíveis condições clínicas com antecedência, o que pode beneficiar seus respectivos tratamentos.
Além disso, o trabalho de prevenção e busca por melhor qualidade de vida deve ser sempre acompanhado por profissionais da área médica. São estas pessoas que saberão orientar, por exemplo, a melhor rotina alimentar para cada indivíduo — o que pode impactar no bem-estar, na disposição diária para tarefas, e na precaução de possíveis quadros futuros.
Essa dica é tão importante que remete justamente ao problema levantado no primeiro tópico deste texto: a forma como a pandemia afetou os cuidados com a saúde.
E quando falamos de saúde pública, é preciso salientar que a regularidade depende não apenas de nós, mas das autoridades.
Isto porque, cabe a essas pessoas pensar alternativas para diminuir a fila de espera do SUS, e garantir que toda a população tenha real acesso a uma saúde de qualidade.
Mas, se você tem acesso à saúde particular, não marque bobeira e agende suas consultas.
Assim você não só faz um bom uso do investimento que está fazendo no plano, como também garante as orientações necessárias para uma melhor qualidade de vida.
3) Alimentação balanceada
A alimentação saudável também é uma peça chave quando se está em busca da longevidade.
E o termo “saudável” aqui merece atenção.
Isto porque muitas pessoas podem ter uma ideia equivocada sobre o que é de fato uma alimentação saudável.
Um exemplo disso é o corte de determinados alimentos na rotina alimentar. Há pessoas que acham que, ao extinguir, por exemplo, os carboidratos de sua dieta, garantem uma saúde de melhor qualidade — e ainda um corpo dentro do padrão.
Mas, como já falamos aqui no blog, dietas restritivas não funcionam.
E, ao invés de cortar completamente determinados grupos alimentares, é importante que você equilibre o consumo de cada um deles.
É o que afirma a nutricionista e professora Maria Elisabeth Machado Pinto e Silva em entrevista à Rádio USP.
A profissional fala que nossa alimentação precisa ter: carboidrato, gordura, proteína, vitaminas, fibras e água. E que, em caso de retirada de algum desses grupos, é preciso um trabalho com profissional para uma substituição equivalente, para não haver prejuízo na saúde.
Alguns alimentos e rotinas alimentares podem não garantir uma vida mais longa, mas são frequentemente associados à longevidade.
É o caso do chá preto, por exemplo.
A dieta típica do Japão — país que conta com a expectativa de vida mais longa do mundo — também se encaixa neste tópico. De acordo com o artigo “Por que o Japão se tornou o país mais longevo do mundo: insights de uma perspectiva alimentar e nutricional”, se destacam hábitos alimentares como a alta ingestão de frutos do mar, vegetais e bebidas sem açúcar.
Mas vale lembrar que, antes de se jogar em uma dieta baseada em costumes que não correspondem à nossa cultura, é importante a orientação de nutricionistas.
4) Mantenha uma rotina de exercícios físicos
Os benefícios proporcionados por exercícios físicos à nossa saúde são diversos.
A OMS destaca aspectos como a proteção e prevenção de doenças não transmissíveis e a prevenção e diminuição de sintomas de depressão e ansiedade.
E, como já vimos aqui, todos esses pontos estão conectados à longevidade.
Através dos exercícios físicos, inclusive, podemos nos preparar fisicamente para os desdobramentos do envelhecimento. Para que, com o passar dos anos, nossa qualidade de vida se mantenha positiva.
Então, quando se está em busca da longevidade, a prática de exercícios físicos é essencial.
De acordo com a OMS, pessoas adultas devem praticar uma média de 150 a 300 minutos por semana de atividade física aeróbica com intensidade moderada. Em casos de atividade física vigorosa, entre 75 e 150 minutos já basta para que a pessoa sinta os benefícios.
Mas, de acordo com estudos divulgados pela Escola de Medicina de Harvard, praticar além dessas durações determinadas pela OMS pode prolongar sua expectativa de vida.
Isto porque, os resultados apontam que há uma relação entre uma vida mais longa e a realização dessas atividades físicas por algum tempo acima da média recomendada.
A publicação no site da universidade sugere um aumento gradativo no tempo gasto com a prática de exercícios físicos.
ideia é que você adicione 5 minutos a cada dia de prática e aos poucos vá aumentando.
Mas fica o alerta: não deixe de consultar profissionais antes disso.
A orientação de quem te prepara fisicamente e de médicos é essencial para que você não ultrapasse seus limites, arriscando lesões por excesso de atividade. Não prejudique sua qualidade de vida por falta de orientação e informação.
A desigualdade que impossibilita o direito à longevidade
De acordo com dados do PRB, o Brasil tem a sexta maior população idosa no mundo. Mas o caminho para um envelhecimento saudável por aqui apresenta problemas para alguns grupos de pessoas.
Isto porque, no Brasil, a longevidade e a saúde de qualidade são diretamente impactadas pela desigualdade. É o que aponta o Índice Folha de Equilíbrio Racial (Ifer).
De acordo com o estudo, entre 2001 e 2021, houve crescimento no desequilíbrio racial quando o assunto é longevidade.
E a população negra do país é quem está ficando para trás. Mas por que isso acontece?
A pesquisa aponta como justificativa algumas disparidades nas experiências entre as populações brancas e negras, como:
- Diferença no acesso a planos de saúde (privados) e à medicina de ponta
- Diferença de tratamento/proteção durante a pandemia
- Diferença no atendimento dentro do SUS
Com isso em mente, é preciso ressaltar que a busca por longevidade não deve ser apenas individual. É preciso que o Estado proporcione, a todas as pessoas que moram no Brasil, igual acesso ao direito de uma vida mais longa e saudável.
É preciso que sejam pensadas políticas públicas, para que a longevidade seja uma possibilidade para todas as pessoas.
E para que tudo isso se torne uma realidade, também cabe a nós, como sociedade, exigir esse movimento das autoridades.
Não se esqueça de, na sua busca por longevidade, incluir a busca daqueles que têm acesso limitado a uma vida longa e saudável.
O texto acima traz dicas, mas não substitui a orientação especializada e médica. Consulte profissionais para garantir as melhores condições para uma vida mais longa e saudável, de acordo com as suas particularidades.