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Representatividade na cultura pop: Dicas de produções para sairmos da bolha

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Você enxerga representatividade na cultura pop? O cenário atual é definitivamente mais diverso, e a Arimo separou algumas dicas para você.


Você já parou para analisar que tipo de pessoas protagonizam ou fazem parte das produções que você consome? Vamos considerar aqui alguns produtos de cultura pop, como filmes, séries, livros, música e até mesmo conteúdos em redes sociais.

Você vê diversidade nesses espaços? Você vê pessoas e histórias que autenticamente representam todos os grupos da sociedade?

Essas são algumas das perguntas importantes para entender o que é representatividade, como ela ocorre, e até diferenciar de representação — porque sim, elas tem suas diferenças!

Hoje, aqui no blog da Arimo, trazemos para você um parâmetro sobre a importância da representatividade na cultura pop e seus impactos na sociedade. Confira abaixo o resumo dos tópicos abordados neste texto.

  • A diferença entre representação e representatividade
  • Representatividade no Oscar
  • Por que a representatividade importa: Oportunidade e diversidade
  • As mudanças na busca pela representatividade
  • Representatividade é exigência do público
  • Dicas de representatividade na cultura pop: LGBTQIAP+
  • Dicas de representatividades étnicas/raciais na cultura pop
  • Dicas de representatividade de Pessoa com Deficiência (PCD) na cultura pop
  • Dicas de representatividade na cultura pop: mulheres na mídia

A diferença entre representação e representatividade

Antes de começarmos a falar sobre a importância da representatividade, é necessário fazer uma distinção entre representatividade e representação, como propõe esta leitura sugerida. E para isso vamos considerar aqui produções audiovisuais, como séries e filmes.

A representação trata de casos em que um elenco traz pessoas de diferentes minorias sociais — pessoas negras, asiáticas, lgbtqiap+, com deficiência, etc — sem aprofundamento em particularidades referentes ao grupo que pertencem.

Vale lembrar que esses grupos de pessoas costumam passar por experiências e vivências parecidas, devido a forma estigmatizada que a sociedade os enxerga. Por isso essas particularidades de uma comunidade são tão importantes. São elas, inclusive, que podem transformar uma representação em representatividade.

A representatividade em um elenco vai além de ter personagens, por exemplo, não-brancos. É preciso que estes personagens mostrem, com veracidade, quem são aquelas pessoas que representam e o contexto social em que vivem.

Repare que ressaltamos aqui a palavra “veracidade”. Isso porque algumas produções podem mirar na representatividade e acertar na ignorância. Nesses casos, acaba que não há identificação por parte do grupo desejado, e ainda arrisca perpetuar preconceitos.

Vale lembrar também que a representatividade não acontece somente quando um personagem negro sofre racismo na produção, ou o LGBTQIAP+ sofre LGBTQIAP+fobia. Até porque isso parte de uma lógica que dá protagonismo ao preconceito, e resume esses grupos somente ao sofrimento que enfrentam.

Ao invés disso, a representatividade ocorre quando pessoas pertencentes a esses grupos ganham espaço e voz para mostrar quem são. Trata-se de personalidade, características culturais, meio em que vivem. Em resumo: se trata de humanizar essas pessoas, não se limitando aos problemas que sofrem por fazerem parte de um coletivo estigmatizado.

Apesar de suas diferenças, é importante ressaltar que tanto representação quanto representatividade são importantes para ampliar as referências midiáticas da sociedade.

Representatividade no Oscar

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Representatividade importa.

Esse é um lema que ganhou força nos últimos anos, mas, ainda assim, não é compreendido por um grande público dentro — e também fora — da cultura pop.

Mas, para entender, basta olhar para o histórico desse cenário, e podemos analisar, por exemplo, as vitórias no Oscar.

  • Em 95 edições da premiação, não chega nem mesmo a 10 o número de atrizes e atores negros que venceram nas categorias de Melhor Atriz e Melhor Ator. Halle Berry, inclusive, foi a primeira e única mulher a conquistar a estatueta. E até o momento, a Academia nunca concedeu o prêmio de Melhor Direção a uma pessoa negra.
  • Foi somente na 82ª edição do Oscar que uma mulher, Kathryn Bigelow, ganhou, pela primeira vez, a estatueta de melhor direção. Desde então, a categoria também foi conquistada por Chloé Zhao, primeira mulher de origem asiática a vencer, e por Jane Campion.
  • Entre profissionais LGBTQIAP+, 5 homens já venceram a categoria de Melhor Direção, 2 homens e 2 mulheres, nas de Melhor Ator e Melhor Atriz. Nenhuma pessoa abertamente trans venceu uma categoria principal até 2022.
  • Os povos originários só tiveram duas vitórias em todos os anos de premiação, entre as mais de 20 categorias.
  • Entre pessoas com deficiência (PCD), apenas 3 venceram nas principais categorias do Oscar.

Esses são só alguns dados levantados pelo Blog da Arimo sobre parte dos grupos com menor representatividade na cultura pop.

E é importante ressaltar aqui que não é como se profissionais pertencentes a estes grupos não estivessem à altura da premiação. Também não quer dizer que não existem filmes com essas pessoas na frente e atrás das câmeras.

Mas então, por que ainda existe pouca representatividade?

Por que a representatividade importa: Oportunidade e diversidade

A série de fatores que causam essa ausência de representatividade inclui a falta de oportunidade para profissionais de minorias sociais.

Para se ter noção, a maior parte dos personagens LGBTQIAP+ com destaque no Oscar foram interpretados por profissionais cis e heterossexuais. O mesmo vale para personagens com deficiência.

E independente da qualidade do trabalho dessas pessoas, elas dificilmente poderão entender 100% de seu personagem, como alguém que se parece com ele na vida real entende.

No caso do Oscar, demais premiações e reconhecimento por parte da crítica e imprensa, outro fator conta: quem está avaliando.

A Academia responsável pela maior premiação do cinema mundial, por exemplo, ainda é majoritariamente formada por homens brancos. E foi nessa configuração que profissionais brancos e homens, assim como histórias com representatividade limitada, dominaram Hollywood. E consequentemente, dominaram também a cultura pop.

Mas um movimento de resistência vem se fortalecendo com o crescimento das articulações de movimentos sociais e maior circulação de informação sobre essas pautas.

Foi através do Twitter, por exemplo, que uma mulher, em 2015, usou uma hashtag que provocou fortes mudanças na indústria: #OscarsSoWhite

A hashtag chamava atenção para o fato de que a premiação indicava predominantemente pessoas brancas. E a partir disso, houve maior cobrança por mudança por parte da sociedade e dos próprios profissionais do audiovisual. 

As causas por maior representatividade feminina e fim da escalação de elenco não-asiático para interpretar personagens de origem asiática seguiu um caminho semelhante. E o que ganhou atenção nas redes, se refletiu até mesmo em mudanças dentro da Academia, que hoje conta com diversidade maior entre os membros — mas ainda dominada por homens e pessoas brancas. 

Além disso, a partir de 2024, para concorrer a categoria de melhor filme, as produções precisarão obedecer regras de inclusão no elenco e nos bastidores.

As mudanças em busca pela representatividade

As iniciativas por maior inclusão e representatividade não se limitam apenas ao Oscar. Dentro do audiovisual, filmes e séries, no geral, já se movimentam para que a diversidade seja uma realidade na frente e atrás das câmeras.

O novo A Pequena Sereia e as séries O Senhor dos Anéis – Os Anéis do Poder e Casa dos Dragões são exemplos atuais e super importantes.

E essas produções trazem um aspecto em comum: elenco negro ocupando espaços que anteriormente não ocupavam. No caso do filme da Disney, inclusive, não se trata apenas de elenco, mas de protagonismo, com Halle Bailey dando vida à sereia.

O filme estreia em 2023, mas já em 2022, com seu primeiro teaser, foi capaz de comover meninas negras. A emoção se deu por um fato simples, mas simbólico: a popular princesa Ariel se parece com elas.

O vídeo, no entanto, foi alvo de uma série de comentários racistas, assim como a divulgação do elenco das séries de fantasia do Prime Video e HBO Max. Um cenário que escancara justamente uma razões que ressaltam a importância da representatividade: naturalizar a diversidade.

Normalizar a ideia de que pessoas fora desses padrões — físicos, sociais, comportamentais, etc — devem ocupar todo tipo de espaço. Seja dentro ou fora das telas.

Também é em 2022 a primeira vez que um grande estúdio de Hollywood (Universal) lança  uma comédia romântica gay com elenco majoritariamente LGBTQIAP+, o filme Mais que amigos, friends (Bros, no inglês).

Saindo um pouco do audiovisual, podemos considerar também a representatividade na música, especialmente dentro do cenário popular brasileiro, com nomes como:

  • Anitta
  • Gloria Groove
  • Jão
  • Johnny Hooker
  • Liniker
  • Ludmilla
  • Majur
  • Pabllo Vittar
  • Thiago Pantaleão
  • Silva

Representatividade é exigência do público

A exigência por uma mídia mais inclusiva é uma característica também do próprio público e cultura pop, de acordo com a Reflecting Me: Global Representation on Screen. A pesquisa foi conduzida pela Paramount Insights com cerca de 15 mil pessoas de 13 a 49 anos, em 15 países do mundo.

Segundo o estudo,

“quase 8 em cada 10 pessoas (78%) acreditam que é importante que programas de TV e filmes ofereçam uma representatividade diversa de vários grupos e identidades diferentes. Esse sentimento é ainda mais forte entre pessoas com ascendência mista (87%), grupos étnicos marginalizados (86%), e entre pessoas negras (91%).”

Outro dado interessante é que a representatividade nas telas não é a única desejada pelo público. “A maioria acredita que as empresas que fazem programas de TV e filmes deveriam se comprometer com o aumento da diversidade e da representatividade tanto na tela (84%), quanto fora dela (83%).”

Vale lembrar que, com o crescimento das plataformas de streaming, o público tem maior poder de controle sobre o que irá consumir, incluindo produções com maiores representatividades.

Mas para que haja uma escolha real, é preciso que as plataformas e produtoras de conteúdo invistam e ofereçam esse tipo de conteúdo.

A pesquisa da Paramount Insights também reforça uma das respostas para quem ainda pergunta por que representatividade importa. Afinal, nada menos que 85% dos participantes acredita que a forma como grupos e identidades são representadas no audiovisual influencia como são vistos no mundo real.

Dicas de representatividade na cultura pop: LGBTQIAP+

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Para ampliar seus horizontes quando o assunto é representatividade LGBTQIAP+ na cultura pop, uma boa ideia é dar play em Manhãs de Setembro, do Amazon Prime Video. Por ser uma produção nacional, a série apresenta de forma muito mais acessível a vida da comunidade no Brasil. 

Estrelada pela cantora Liniker, a série tem duas temporadas e foca principalmente na vivência trans, mas engloba outras letras da sigla e outras questões sociais importantes.

Veja também:

  • Franquia Queer Eye (Netflix)
  • Alice Júnior (Netflix)
  • Heartstopper (Netflix)
  • O Beijo no Asfalto (Aluguel)
  • Uma Equipe Muito Especial (Prime Video)
  • Franquia Minha Mãe é uma Peça (Netflix e GloboPlay)
  • Uncoupled (Netflix)
  • Marte Um
  • Pose (Star+)
  • Bixa Travesty (GloboPlay)

Dicas de representatividades étnicas/raciais na cultura pop

Quando falamos sobre representatividade étnica e racial, abrimos um leque de possibilidades. Possibilidades estas que muitas vezes não protagonizam produções ou tem pouco destaque na cultura pop e em gêneros específicos deste meio. 

Por isso escolhemos os filmes do diretor Jordan Peele para destacar: Corra!, Nós, e Não! Não olhe!. O cineasta fez sua estreia na direção com uma produção extremamente emblemática sobre a perpetuação do racismo na sociedade atual e os traumas que isso provoca em pessoas negras.

E isso dentro de um gênero em que a vivência negra, até então, tinha pouquíssimo destaque: o terror.

Além da obra de Peele, confira abaixo uma lista com outros exemplos, que incluem também representatividade asiática e de outros grupos étnicos e raciais.

  • Minari (Aluguel)
  • Medida Provisória (GloboPlay)
  • Mrs. Marvel (Disney+)
  • A Febre (Netflix)
  • Querida Gente Branca (Netflix)
  • Master of None (Netflix)
  • Insecure (HBO Max)
  • Reservation Dogs (Star+)
  • A Mulher Rei 
  • Cidade de Deus (GloboPlay)

Dicas de representatividade de Pessoa com Deficiência (PCD) na cultura pop

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Uma das categorias em que é mais difícil encontrar representatividade autêntica é a de pessoas com deficiência (PCD). Isso porque, na vida real, é uma população que sofre com forte apagamento de suas pautas.

Além disso, no audiovisual, muitos personagens PCD são interpretados por pessoas que não possuem deficiência. Há ainda o fato de que frequentemente PCD não são consultadas para averiguar a veracidade destas narrativas, o que pode resultar em uma representatividade caricata.

Mas o cenário vem mudando com produções como Special. A série da Netflix é uma adaptação da autobiografia de Ryan O’Connell, e acompanha a vida de um jovem gay com paralisia cerebral.

  • Colegas (GloboPlay/Canal Brasil)
  • Crip Camp (Netflix)
  • No Ritmo do Coração (Prime Video)
  • Hoje Eu Quero Voltar Sozinho (Netflix)
  • Nosso Jeito de Ser (Prime Video)
  • Franquia Um Lugar Silencioso (Netflix e Prime Video)
  • Uma Advogada Extraordinária (Netflix)
  • Além do Som (Netflix)
  • Atypical (Netflix)

Dicas de representatividade na cultura pop: mulheres na mídia

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As representatividades femininas vem ganhando cada vez mais diversidade na cultura pop, oferecendo uma ampla gama de personagens para que mulheres da vida real se identifiquem.

O filme nacional Que Horas Ela Volta traz um olhar humanizado e de protagonismo para personagens femininas que normalmente são reduzidas a estereótipos em outras produções. As figuras de uma mãe, que trabalha como doméstica, e sua filha, que tenta o vestibular para uma vaga na faculdade, revelam todas as suas complexidades.

Assista também a essas séries e filmes:

  • Fortuna (Apple TV+)
  • Entre Irmãs (GloboPlay)
  • Trinta e Nove (Netflix)
  • A Vida Sexual das Universitárias (HBO Max)
  • Coisa Mais Linda (Netflix)
  • Abbott Elementary (Star +)
  • Grace and Frankie (Netflix)
  • Benzinho (GloboPlay/Telecine)
  • Bom Dia Verônica (Netflix)
  • As Boas Maneiras (Netflix)

Muitas das dicas acima acabam trazendo múltiplas representatividades (nas telas e atrás das telas) e vão além das categorias em que foram citadas. 

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Leia também nossa matéria sobre a Luta Antimanicomial.

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