Como não se comparar com os outros? Três maneiras de ajudar com a autoestima
Separamos algumas dicas para parar de nos compararmos com os outros, e evitar de subestimar nosso caminho e daqueles ao nosso redor.
Olhar para as pessoas ao redor e não comparar ao menos um aspecto da vida delas e da sua é realmente difícil.
Mas este é um hábito que todos precisamos repensar para evitar consequências indesejadas — não só para você, mas também para quem tem contato com você.
Isto porque geralmente, quando nos comparamos com outras pessoas, acessamos sentimentos negativos, como tristeza e frustração. Além disso, dependendo de como nos expressamos, podemos causar esses mesmos sentimentos no outro.
Mas como deixar esse hábito de lado quando vivemos em uma sociedade em que promove as comparações tão frequentemente?
Nesta leitura sugerida, por exemplo, somos apontados como criaturas sociais, justificando a dificuldade que podemos ter em ignorar a vida alheia. Faz sentido, certo?
O fato de sermos criaturas sociais, no entanto, não quer dizer que é impossível revermos a forma como nos comparamos aos outros ou como isso pode afetar nossas vidas.
E nos tópicos a seguir analisaremos alguns conceitos de comparação e suas consequências, além de algumas maneiras para parar de nos compararmos aos outros.
- Os diferentes tipos de comparações
- Quais são os malefícios de nos compararmos com os outros?
- A comparação pode levar a algo positivo?
- Redes sociais, ilusões e comparações
- Como parar de nos compararmos com o outro: exercite a gratidão
- Como parar de nos compararmos com o outro: volte o olhar para o seu avanço
- Usando a comparação a seu favor
- Se preciso, busque ajuda especializada
Os diferentes tipos de comparações
Quantas vezes você se sentiu mal ao comparar suas experiências com a de alguém, especialmente quando esse alguém parece ter um sucesso superior ao seu?
E você já parou para pensar como a forma que você expressa suas vivências também pode causar o mesmo sentimento em outras pessoas?
Essas duas perguntas são importantes para entendermos dois dos tipos mais comuns de comparações.
A comparação que nos faz sentir inferior
O primeiro deles é aquele em que olhamos para a experiência alheia e visualizamos alguém com um sucesso superior ao nosso.
Nesses casos, é comum nos sentirmos mal, frustrados e tristes. Afinal, aquela imagem representa algo que almejamos — ou sentimos que devemos desejar — e ainda não conquistamos.
Este é o tipo de comparação que geralmente nos põe para baixo, que, de alguma forma, nos faz sentir inferior ao outro.
E não se trata apenas de uma questão de inveja ou coisa do tipo.
Esses sentimentos negativos podem ser ativados por fatores internos — como autoestima baixa e autoimagem negativamente afetada — e externos, como a forma como o outro compartilha suas experiências.
Nesse último caso, podemos usar como exemplo quando alguém conta sobre a conquista de um objetivo, mas omite aspectos negativos dessa experiência.
Afinal, podemos entender que algumas pessoas têm capacidade superior à nossa para determinadas coisas.
A comparação que nos faz sentir superior
Existe ainda a comparação que nos faz sentir superior: quando olhamos para o outro e visualizamos alguém e julgamos não estar à nossa altura. Seja indefinidamente ou em situações específicas.
E vale lembrar que para estarmos bem, não é necessário que o outro se sinta mal.
Então, mesmo que a comparação descrita acima te dê algum sentimento positivo, não quer dizer que seja benéfica para você.
Quais são os malefícios de nos compararmos com os outros?
No geral, podemos dizer que há mais malefícios do que benefícios quando o assunto é nos compararmos aos outros.
Alguns exemplos desses pontos negativos são:
- Sentimento de frustração e tristeza
- Viver em função do que o outro julga positivo
- Prejudicar a autoimagem e/ou autoestima
- Acentuar transtornos mentais, como a depressão
- Somente se sentir bem colocando outras pessoas para baixo
- Basear sua vida e objetivos em ilusões
A comparação pode levar a algo positivo?
Com uma perspectiva tão negativa sobre o hábito de se comparar com os outros, é natural se perguntar se essa atitude pode gerar algo bom.
A comparação, afinal, pode levar a algo positivo?
De acordo com o que analisamos anteriormente pode até parecer que não. Mas se comparar com alguém pode sim gerar benefícios: desde que você saiba como fazê-lo.
Uma dica interessante é tirar um pouco o foco de bens materiais, e voltar o olhar para aspectos subjetivos do outro. Se você comparar bens materiais que você já conquistou com o de outras pessoas é possível que haja uma discrepância. Afinal nem todos temos as mesmas oportunidades de acesso a posses.
Então, ao invés de comparar bens materiais, vale usar um olhar comparativo sobre as qualidades das pessoas. E, a partir disso, se inspirar.
Tornar essa comparação uma motivação para mudanças positivas para você e seu desenvolvimento como pessoa.
Essa é uma dica que incentiva uma relação mais gentil consigo, de menos cobrança e de autovalorização.
Redes sociais, ilusões e comparações
As redes sociais são um terreno extremamente fértil para as comparações. Especialmente aquelas que nos trazem sentimentos negativos.
Basta você abrir um aplicativo desses para dar de cara com vidas perfeitas ou muito próximas disso.
Você verá aquele amigo em um restaurante que parece super legal, um influenciador fazendo uma viagem dos sonhos, um parente com um estilo de vida tranquilo.
Mas o apelo dessas imagens nem sempre vai corresponder àquilo que elas remetem a você.
A comida no restaurante pode não ser muito saborosa.
O influenciador talvez esteja fazendo aquela viagem porque conta com patrocínio para isso, se tratando de uma realidade completamente diferente da sua.
Até aquele estilo de vida tranquilo de seu parente pode ser apenas para as redes.
O ponto aqui é que, geralmente, nesses espaços, compartilhamos especialmente coisas positivas sobre nossas vidas e experiências.
E desta forma contribuímos para um ambiente ilusório, que pode gerar comparações nada justas e enaltecer a ideia de positividade tóxica.
As redes sociais podem omitir contextos sociais, tipos e nível de oportunidades de crescimento — financeiro, pessoal, etc — e dificuldades enfrentadas. E com isso acabamos não entendendo as diferenças entre nós e aqueles com quem nos comparamos.
Reveja sua relação com as redes sociais
Considerando este contexto, uma primeira dica para parar de nos compararmos com o outro é: reveja sua relação com as redes sociais.
Se você precisa passar muito tempo neste espaço, vale reforçar as reflexões que fizemos: nem tudo o que estamos vendo ali é real.
E nem todas as pessoas ali vivem nas mesmas condições que você.
E tente repetir isso mentalmente sempre que a comparação parecer inevitável.
Limite suas redes sociais a perfis e pessoas que te impactam positivamente e evite aqueles que te influenciam em comparações que só te colocam para baixo.
Como parar de nos compararmos com o outro?
1) Volte o olhar para o seu avanço
É sim difícil não olhar para o lado e observar se o outro está no mesmo avanço que a gente.
Mas essa é uma dificuldade que precisamos enfrentar para parar de nos compararmos com os outros.
Isso porque precisamos entender que cada pessoa caminha em um ritmo.
E você não precisa desrespeitar o seu apenas para vencer uma corrida que acontece principalmente na sua cabeça.
Então, outra dica importante é focar seu olhar no próprio avanço. Assim você não subestima nem o seu caminho nem o do outro.
Este foco também permite que você aproveite melhor o processo, perceba do que é capaz e se sinta satisfeita com suas conquistas.
É um incentivo a uma autovalorização sem exageros e que nos ajuda a melhorar a imagem que temos do que somos e o que podemos fazer.
2) Exercite a gratidão
Outro ponto importante para parar de nos compararmos com os outros é exercitar a gratidão. Isto porque assim podemos identificar os pontos positivos de nossas jornadas — independente de qual seja ela.
Uma forma legal de exercitar isso é anotando coisas boas que te acontecem.
Você pode separar uma página da sua agenda, do seu journal ou até mesmo reservar um espaço no bloco de notas de algum dispositivo eletrônico.
Ali, você vai registrando toda experiência boa que cruzar o seu caminho.
Recebeu um elogio pelo seu trabalho? Anote.
Conseguiu alcançar um objetivo? Anote.
Conseguiu se sentir bem após um período difícil? Anote.
Toda conquista, seja ela pequena ou grandiosa para você, é importante. E quando você tem elas registradas, pode revisitar de tempos em tempos.
Isso te ajuda a relembrar que você é capaz e que coisas boas acontecem — mesmo quando parece que é impossível.
E tudo isso também pode ser mais facilmente alcançado seguindo a dica anterior: o foco no próprio avanço e processo.
3) Usando a comparação a seu favor
Esta é uma dica importante: use a comparação a seu favor.
Inspire-se através dela.
Como mencionado anteriormente, esta é uma das poucas formas em que a comparação pode assumir um aspecto positivo na sua vida.
Isto porque você deixa de apenas olhar e comparar, e passa a assumir uma postura ativa.
Se você olha para alguém e vê naquela pessoa um exemplo a seguir, por exemplo. Ao invés de apenas constatar isso, vale se inspirar para se tornar alguém que você admira.
Mas lembre-se: é super importante que você sempre tenha em mente que ninguém é igual. Portanto, a inspiração resulta em uma nova versão, e não uma versão idêntica ao outro.
É preciso valorizar não apenas as qualidades positivas do outro, mas as próprias.
Ver os pontos positivos no seu esforço e na sua maneira de ser. Por mais difícil que isso seja.
Se preciso, busque ajuda especializada
Infelizmente, porém, algumas pessoas podem ter especial dificuldade para enxergar aspectos positivos em suas vidas, personalidades, atitudes e conquistas.
Por isso, nesse processo de usar a comparação a seu favor também é importante entendermos que está tudo bem precisarmos de ajuda.
Afinal, nem todas as pessoas estão em uma condição psicológica que permita olhar para o outro sem se sentir inferior a ele.
Então, se você sempre sente que comparações te trazem sentimentos negativos e de inferioridade, ou que você não é o suficiente: busque ajuda especializada.
Estes sentimentos podem estar atrelados a sintomas de sofrimento mental, como a depressão.
Nesses casos, as comparações e os sintomas podem acabar formando um ciclo de sentimentos negativos que se impulsionam diretamente.
E a ajuda psicológica é imprescindível para te tirar dessa espiral negativa, te proporcionando novas perspectivas positivas.