O que você precisa saber sobre ansiedade climática

Você pode não saber o que é, mas certamente já sentiu ou escutou alguém relatando sintomas da chamada ansiedade climática. Saiba mais sobre como surge essa sensação, sintomas, e como, na medida do possível, se livrar disso.

Cada vez mais convivemos com eventos climáticos extremos. Esta é uma realidade que assola todo o mundo e o Brasil não fica de fora desse infeliz cenário. São enchentes, como as que invadiram o Rio Grande do Sul, ondas de calor com temperaturas muito mais altas do que as que estamos acostumados. Além de secas que afetam a vida pessoal e profissional de diversos brasileiros.

Tudo isso é resultado de uma sociedade que prezou muito pouco pelo meio ambiente nos últimos anos, e que acreditou que as consequências demorariam para chegar.

Mas elas chegaram, e o impacto na vida de cada pessoa vai além de sensações físicas, condições médicas e perdas materiais. Esse impacto pode ser sentido diretamente em nosso psicológico, como é o caso da chamada ansiedade climática ou ecoansiedade.

Você pode não ter escutado falar nesses termos ainda, mas é possível que se torne cada vez mais recorrente nas discussões sobre o meio ambiente. Por isso, a Arimo traz hoje uma reflexão em torno dessa ansiedade gerada pelo cenário do clima atualmente. 

Confira abaixo os tópicos que serão abordados ao longo deste texto.

  • O que é ansiedade climática?
  • Ansiedade climática é considerada um transtorno mental?
  • Quais são os sintomas da ansiedade climática?
  • Todas as pessoas vivenciam a ansiedade climática da mesma forma?
  • O que posso fazer para controlar a ansiedade climática?
  • Estilo de vida mais ecológico pode amenizar ecoansiedade
  • Informação é ferramenta importante na crise climática
  • Autoridades também são responsáveis por sua ansiedade climática

O que é ansiedade climática?

Em resumo, podemos dizer que a chamada ansiedade climática ou ecoansiedade é caracterizada pelo medo das consequências da crise climática.

Sabe aquela sensação de desesperança que toma conta quando você entra em contato com notícias ruins sobre o clima na TV, em sites de notícias e redes sociais? Esse é um exemplo prático do que pode gerar essa ecoansiedade. 

Esses eventos mostram resultados concretos de uma crise climática que já traz consequências sérias para todos. Quando percebemos que nem sempre conseguimos controlar como esse cenário pode nos afetar, é comum nos sentirmos impotentes, sem esperança e perspectiva de um futuro positivo.

Ansiedade climática é considerada um transtorno mental?

A ecoansiedade pode, sim, ir além de uma forte preocupação com o meio ambiente e as consequências da crise climática. Apesar disso, especialistas não categorizam esse estado psicológico como um transtorno mental.

Na verdade, a ansiedade climática é vista como uma reação natural, considerando que acontece em resposta a um cenário realista: o de emergência climática.

Ansiedade climática pode levar a transtornos mentais

Mas é preciso notar que, apesar de não ser categorizada como um transtorno mental, pode levar a sintomas de transtornos de ansiedade e depressão, por exemplo. Algo que aconteceu, inclusive, com a ativista climática Greta Thunberg, de acordo com artigo publicado pela Escola de Medicina de Harvard.

O texto também afirma que jovens que se preocupam com as ameaças da crise climática já sentem alguns desses sintomas. Parte dessas pessoas experimentam ataques de pânico, insônia e pensamentos obsessivos.

Quais são os sintomas da ansiedade climática?

Além do sentimento de desesperança e falta de perspectiva positiva sobre o futuro — pessoal ou do planeta — existem outros sintomas relacionados à ecoansiedade.

De acordo com especialistas consultados por publicações das Universidades de Harvard e Yale, os sintomas da ansiedade climática são:

  • pensamentos intrusivos sobre desastres futuros
  • raiva sobre as circunstâncias climáticas
  • dificuldade para se relacionar
  • angústia sobre o futuro
  • sentimento de culpa
  • dificuldade para se concentrar

Todas as pessoas vivenciam a ansiedade climática da mesma forma?

A ansiedade climática é um problema que, primeiramente, deve ser sempre reconhecido e validado, independentemente de quem a esteja sentindo. Mas também é importante entender que grupos sociais podem vivenciar essa ecoansiedade de maneiras diferentes. Afinal, a crise climática afeta esses demográficos também de formas diferenciadas.

Pessoas afetadas pela crise podem se sentir mais ansiosas sobre o futuro

O primeiro grupo que podemos considerar aqui é o de pessoas que já sofrem com as consequências da emergência climática. 

A lista inclui quem passou por perdas de pessoas e de bens durante enchentes e quem viu seu trabalho e sobrevivência afetados por chuvas fortes ou secas. Aquelas pessoas que tiveram a saúde física e mental em risco diante de ondas de calor ou frio.

Essas vivências traumatizantes podem aumentar a ecoansiedade, além de levar a outros transtornos mentais.

Racismo ambiental também pode afetar a ansiedade ecológica 

Também é preciso reconhecer que vivemos em uma sociedade em que o racismo ambiental é uma realidade. Ou seja, vivemos em um mundo onde minorias étnicas vivem em locais de maior degradação ambiental. E isso também conta.

Portanto, pessoas que fazem parte de minorias étnicas podem sentir a ansiedade ecológica de uma maneira ainda mais aterradora.

Pesquisas apontam alto nível de sofrimento entre jovens

Um demográfico que já apresenta um alto nível de sofrimento por ansiedade ecológica é o de pessoas jovens. A informação é da National Geographic Brasil, e é vista também em uma série de estudos em torno da relação das pessoas com a crise climática.

Claro que há uma parcela da população jovem que não enxerga a gravidade dessa crise, e, com isso, pode não sentir a ecoansiedade. Mas fato é que, a partir do momento em que jovens reconhecem a ameaça da emergência ambiental, a ansiedade sobre isso pode, sim, aumentar.

O que posso fazer para controlar a ansiedade climática?

A sensação de desesperança diante da crise climática pode ser mesmo aterradora, mas precisamos falar também que há soluções para isso.

Terapia é sempre uma ótima solução

Óbvio que nem todas as sugestões funcionarão igualmente para todas as pessoas. Além disso, há casos mais graves em que, acima de tudo, a melhor saída é buscar ajuda profissional na terapia. Por isso, não deixe de procurar ajuda médica, caso sinta que a ecoansiedade está, de alguma forma, te paralisando.

Fale sobre sua ansiedade

Seja na terapia ou com amigos e familiares, falar sobre sua ansiedade sobre o clima é também uma forma de amenizar os sentimentos negativos. Afinal, externalizar preocupações — de forma responsável — é terapêutico.

Busque se cercar de pessoas com as mesmas preocupações

Algo que pode ajudar no item anterior — falar sobre sua ansiedade — é se cercar de pessoas com a mesma mentalidade sobre o assunto. Não se trata de se isolar dentro de uma bolha social ou de não trocar ideias com pessoas que tenham visões diferentes. Trata-se de ter sua ansiedade devidamente reconhecida e validada.

Atenção ao seu consumo sobre o assunto

Você não deve parar de consumir conteúdo sobre a crise climática e suas consequências. Mas, definitivamente, ter atenção para o tipo de conteúdo e o tempo gasto nesse consumo é essencial.

Primeiramente, vale avaliar se as notícias e demais conteúdos abusam de um tom sensacionalista, que provoca pânico desmedido. Além disso, é preciso ficar de olho também nas fake news.

Privilegie informações de canais e órgãos especializados, e que tragam informações também sobre soluções, ao invés de apenas problemas.

Além disso, vale perceber se você está passando tempo demais com esse tipo de conteúdo. É importante se manter informado, mas também é saudável se afastar por algum momento para não se sobrecarregar com essas informações.

O que posso fazer para ajudar a amenizar a crise climática?

Outra maneira de aliviar a ansiedade climática é colocando a mão na massa. Vale aderir a um estilo de vida que impacte o meio ambiente de forma menos negativa e até mesmo ajudando quem está sendo afetado diretamente pela crise climática.

Essa perspectiva nos ajuda a sentir que estamos contribuindo para amenizar o estado de emergência climática — amenizando também a sensação de impotência diante dela.

Voluntarie-se e ofereça ajuda em eventos climáticos prejudiciais

Você não é uma pessoa afetada por eventos climáticos extremos, mas se sensibiliza com a causa? Existe uma ampla gama de formas com as quais você pode ajudar.

A ajuda financeira é sempre bem-vinda, então, se você tem condições de contribuir dessa forma, busque uma campanha confiável para doações monetárias.

Se você tem alimentos, móveis, roupas e qualquer tipo de bem material que possa ajudar pessoas afetadas a retomar suas vidas, não hesite em doar também.

Além do material, você também pode oferecer serviços, que vão desde os mais simples até aqueles que exigem formação acadêmica. Vale se voluntariar para trabalhar cozinhando e distribuindo alimentos, para cuidar de crianças e demais pessoas com necessidades especiais e até mesmo oferecer apoio psicológico.

Neste último caso, é necessário que você tenha formação para isso.

Lembre-se que toda ajuda é válida.

Busque grupos ativistas

Você não precisa esperar que esses eventos climáticos tristes aconteçam e vitimizem diversas pessoas para entrar em ação. Se você tem disponibilidade e vontade, também pode ajudar através de grupos ativistas.

Essas organizações geralmente trabalham na conscientização das populações e com ações práticas para amenizar as consequências da emergência climática.

Vale procurar grupos que atuam próximos a você. E mesmo que não consiga participar ativamente, pode auxiliar de forma indireta, seja com divulgação, apoio financeiro ou a oferta de algum tipo de material ou serviço necessário.

Estilo de vida mais ecológico pode amenizar ecoansiedade

Em termos de prevenção, também é interessante adotar um estilo de vida que prejudique menos o meio ambiente. Vale apostar na reciclagem, no consumo de marcas ecológicas e até mesmo ajudando a difundir informações sobre a crise do clima.

É claro que essa mudança não reflete imediatamente na emergência climática, mas ao menos você saberá que está contribuindo para diminuir essa crise.

Portanto, é preciso lembrar que, ao mudar seu estilo de vida para um mais ecológico, você não está solucionando a emergência climática. Pensar assim pode trazer frustração ao perceber que, mesmo com sua nova abordagem, catástrofes climáticas — anunciadas ou não — continuam acontecendo.

Então, ao adotar um estilo de vida mais ecologicamente amigável, vale encarar essa mudança como ações pequenas e com impacto limitado. Mas lembre-se, essa mudança segue sendo extremamente importante e pode ajudar a diminuir a ansiedade climática.

Informação é ferramenta importante na crise climática

Como mencionado anteriormente, é preciso se informar sobre a crise climática. Você não precisa se concentrar apenas nas consequências catastróficas dela. É claro que conhecer esses impactos é importante, mas você pode também buscar fontes confiáveis sobre soluções para os problemas.

Ao se informar sobre essas soluções, você pode também sentir a ecoansiedade diminuir. Afinal, você entra em contato com possibilidades de um futuro um pouco mais otimista.

E não guarde essas informações para si. Conhecimento compartilhado é sempre uma maneira de tornar o mundo melhor. Ao compartilhar informações de fontes reconhecidamente confiáveis, você não só informa as pessoas ao seu redor, mas abre uma porta para que elas se engajem de forma prática no combate à crise climática.

Portanto, se a ecoansiedade é um problema para você, pesquise e se informe sobre o assunto. Desta forma, mesmo quando ocorrer esses eventos climáticos, você poderá recorrer ao próprio conhecimento para processar a situação.

Autoridades também são responsáveis por sua ansiedade climática

Por último, mas não menos importante, vale notar que a ansiedade climática também é um resultado da atividade das autoridades públicas. Por isso, cobre delas a devida responsabilidade pelo bem-estar físico e mental da população.

Além disso, vale avaliar aqueles que te representam dentro do poder público. É preciso averiguar as propostas e a importância dada pelos políticos à questão ambiental. Torne isso um critério para seu voto. Não se esqueça que aquele que você escolhe para te representar pode ajudar a diminuir a frequência desses eventos climáticos que destroem a vida de tantas pessoas.

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