Felicidade e comida: a importância de uma alimentação prazerosa
Já pensou sobre como a alimentação prazerosa é importante? A Arimo te ajuda a desconstruir a negatividade que envolve a relação entre felicidade e comida, e a entender a necessidade de se sentir bem ao comer.
Que tipo de alimentos te trazem uma gostosa sensação de bem-estar? Você se sente feliz ao comer? O prazer é um critério dentro da sua rotina alimentar? Essas questões nos levam a refletir sobre uma questão importante: a alimentação prazerosa.
É muito comum escutarmos discursos que colocam a relação entre felicidade e comida como algo negativo, sempre relacionando a alimentação saudável. Mas será que essas duas coisas estão sempre conectadas por algo que não nos faz bem a médio ou longo prazo?
Pensando em desmistificar a ideia de uma alimentação prazerosa, a Arimo traz hoje um guia introdutório com informações para te ajudar a entender essa questão. O objetivo aqui é que você tenha informações o suficiente para aplicar esse conhecimento na própria rotina alimentar.
Confira abaixo os tópicos explorados ao longo do texto:
- O que é uma alimentação prazerosa?
- Alimentação prazerosa é, necessariamente, uma alimentação pouco saudável?
- Por que alimentos não saudáveis são associados a uma alimentação prazerosa?
- Como a obsessão por dietas restritivas compromete o prazer ao comer
- Comidas de conforto: quando devo me preocupar com isso?
- Os benefícios de uma alimentação prazerosa
- Práticas para tornar a alimentação prazerosa
O que é uma alimentação prazerosa?
O termo “alimentação prazerosa” não é tão misterioso assim, certo? Trata-se de se sentir feliz ao comer, da sensação de bem-estar durante e após uma refeição. Aquele sentimento que adoramos sentir sem que esteja acompanhado daquele penoso sentimento de culpa.
Então, ao longo desse texto, abordaremos a ideia desse tipo de rotina alimentar, ajudando a desmistificar os problemas comumente relacionados ao ato de encontrar prazer na alimentação.
Vale notar que, quando falamos sobre alimentação prazerosa, não estamos falando sobre comer em excesso. É apenas o ato de comer algo e se sentir feliz ao fazer isso, e não é necessário ir além dos seus próprios limites para sentir essa sensação de satisfação.
Alimentação prazerosa e culpa
Além da quantidade que consumimos, outra questão na qual podemos esbarrar quando o assunto é alimentação prazerosa é justamente o consumo sem culpa, como mencionado. Isso porque muitas pessoas acreditam que é errado comer algo porque te faz sentir feliz.
Há, claro, casos em que, mesmo que alguns tipos de alimentos te tragam felicidade, é preciso evitá-los. É quando esses alimentos prejudicam quadros médicos — sejam eles permanentes ou não.
Quando você está se recuperando de uma cirurgia, por exemplo, pode receber a indicação de focar em uma rotina alimentar sem alimentos gordurosos. Se você é uma pessoa diabética, pode receber a orientação para cortar o açúcar.
Nesses casos, se você come o que lhe foi contraindicado, trata-se realmente de um problema. Afinal, prejudica sua saúde física diretamente.
Mas se você não tem qualquer contraindicação médica, por que evitar de comer algo que te traz a sensação de bem-estar?
Portanto, para além de comer algo que te deixa feliz, a alimentação prazerosa inclui fazer isso sem que sentimentos negativos, como o de culpa, te assolem.
Alimentação prazerosa é, necessariamente, uma alimentação pouco saudável?
Quando você pensa em uma alimentação prazerosa, que tipo de alimentos surgem na sua mente? É comum que o prazer em comer seja relacionado a substâncias que, se consumidas em excesso, são prejudiciais à saúde. É o caso de alimentos com alto nível de gordura, açúcar e sódio, por exemplo, como hambúrgueres, sorvetes e biscoitos.
Mas é preciso entender que a alimentação prazerosa não está necessariamente relacionada à uma rotina alimentar pouco saudável.
É possível, inclusive, se sentir feliz ao comer uma fruta após a refeição ou até mesmo em comer todas essas coisas citadas anteriormente — mas de maneira balanceada.
Variedade de alimentos enriquece a alimentação prazerosa
É possível encontrar prazer ao comer em diversos grupos alimentares. Mas é importante que você tenha abertura para provar coisas novas e investir seu tempo em buscar e preparar uma variedade maior de alimentos que te tragam esse sentimento de bem-estar.
Segundo artigo no blog do Dr. Drauzio Varella, uma alternativa é ressaltar o sabor de alimentos do cotidiano, como investir em um tempero saboroso no feijão.
Sentimentos positivos relacionados ao autocuidado podem influenciar na sensação de bem-estar
Você já se sentiu feliz ao perceber que estava cuidando de si? Então sabe que é possível encontrar prazer em simples atos de autocuidado. Por isso, uma alternativa interessante para quem busca uma alimentação prazerosa, é focar no fato de que você está cuidando de si ao se alimentar.
Quando adotamos essa perspectiva, inclusive, é possível se sentir mais feliz ao comer coisas que não são tradicionalmente relacionadas ao prazer na alimentação.
Por que alimentos não saudáveis são associados a uma alimentação prazerosa?
Alimentos com alto nível de gordura, açúcar e sal geralmente são os mais populares quando o assunto é a sensação de felicidade ao comer.
E apesar de esses alimentos não serem os únicos a proporcionar essa sensação, existe uma explicação para serem associados a uma alimentação prazerosa.
Explicação está no funcionamento do organismo
De acordo com artigo da National Geographic, a gordura e o açúcar, por exemplo, ajudam na liberação de dopamina. Isso ocorre tanto através de sensores na boca quanto sensores no intestino.
E essa liberação de dopamina atinge picos além dos níveis normais.
Portanto, é compreensível que esse tipo de alimentos nos tragam prazer.
Mas é sempre importante lembrar que eles não são os únicos a fazer isso.
Como a obsessão por dietas restritivas compromete o prazer ao comer
Não é novidade que a sociedade atual relaciona uma vida saudável a dietas restritivas e a corpos magros. E é sempre importante ressaltar que uma coisa nada tem a ver com a outra.
Você pode ter uma rotina alimentar saudável comendo uma diversa gama de alimentos, sem excluir nada. Além disso, um corpo gordo também pode ser saudável. Ser uma pessoa magra não significa saúde em dia, na verdade, a perda de peso e a magreza muitas vezes podem indicar problemas de saúde.
Mas o que isso tem a ver com uma alimentação prazerosa?
A ideia de que, para ser saudável você deve ser alguém magro, geralmente é relacionada a dietas restritivas.
Essas dietas restritivas, por sua vez, excluem possibilidades de alimentações prazerosas. Afinal, essas rotinas alimentares eliminam grupos de alimentos que poderiam nos trazer a sensação de bem-estar ao comer.
Esse tipo de dieta compromete diretamente as sensações positivas ao se alimentar.
Alimentação prazerosa é demonizada pela sociedade
A primeira coisa para mudar esse tipo de cenário é entendê-lo como um problema social. É a sociedade que determina padrões estéticos e as alternativas para alcançar os corpos considerados ideais.
É também a sociedade que faz parecer que sentir prazer ao comer é algo semelhante a um pecado. Em artigo no blog do Dr. Drauzio Varella, inclusive, a nutricionista Sophie Deram aponta que a sociedade demoniza o prazer de comer.
Vale questionar: quantas vezes você já se sentiu mal por comer algo que gosta, mesmo sabendo que não fará mal à sua saúde.
Então é preciso um esforço para desassociar que ter prazer em comer algo é errado. A informação é essencial nesse processo, por isso, busque orientação profissional adequada e de qualidade. Priorize profissionais que visem seu bem-estar ao invés daqueles que querem te enquadrar em padrões desnecessários.
Comidas de conforto: quando devo me preocupar com isso?
Alerta de gatilho: este tópico toca em temas sensíveis relacionados a transtornos alimentares.
Apesar de a alimentação prazerosa ser algo a se incentivar, é preciso ter atenção para não esbarrar no risco de transformá-la em um hábito nocivo. Estamos falando das chamadas comidas de conforto.
A comida de conforto é aquele alimento que consumimos em busca de uma sensação de bem-estar diante de uma situação difícil. Trata-se de algo gostoso que comemos diante de um momento de estresse ou ansiedade.
Segundo artigo no blog do Dr. Drauzio Varella, essa busca por conforto na comida é algo muito comum. E o principal problema disso é quando nos culpamos por esse hábito.
Comida de conforto pode ser considerada como autossabotagem em alguns casos
Além disso, existe também a possibilidade da comida de conforto se tornar uma espécie de vício. Afinal, quando esses alimentos são recorrentes, acabamos condicionando o corpo a desejar algo saboroso sempre que estiver diante de uma situação indesejada/incômoda.
Por esse motivo, em casos de busca recorrente pela comida de conforto, esse alimento pode ainda ser considerado como uma espécie de autossabotagem. Em situações mais graves, isso pode até mesmo se tornar um transtorno de compulsão alimentar.
Mas lembre-se: tudo é uma questão de hábito e frequência. Se você recorre à comida de conforto de vez em quando, não se trata exatamente de um problema. Dê uma folga a si mesmo.
Os benefícios de uma alimentação prazerosa
Quando nos comprometemos em investir em uma alimentação prazerosa, nos abrimos para as possibilidades. Tendemos a variar nosso cardápio, provar coisas novas e esse processo, por si, já é benéfico.
Impacto positivo no processamento e absorção de alimentos
Mas a alimentação prazerosa vai além de uma expansão do nosso gosto, passando a incluir novos sabores. Isso também inclui impactos positivos no nosso metabolismo.
De acordo com artigo no site HealthLine, por exemplo, a liberação de dopamina resultante de comermos algo que gostamos ajuda a melhorar a digestão. Com isso, nosso organismo consegue processar a absorver propriamente os nutrientes consumidos.
Alimentação prazerosa pode beneficiar o psicológico
Entre os benefícios de uma alimentação prazerosa, também estão aqueles que afetam nosso psicológico, mesmo que indiretamente. É o caso de quando cozinhamos e comemos com alguém de quem gostamos e tornamos esse momento especial.
Ao adotar uma alimentação prazerosa também tendemos a nos distanciar de lógicas como as de dietas restritivas.Ou seja, lógicas que nos impedem de saborear algo que gostamos porque, socialmente, nos colocaria longe dos padrões físicos considerados ideias e tendências alimentares da moda.
Práticas para tornar a alimentação prazerosa
Para quem busca tornar a alimentação prazerosa algo mais presente em sua vida, existem diferentes abordagens possíveis. A começar com a forma em que as refeições ocorrem em sua rotina.
Alimentação pode ser divertida com companhia
Para tornar a hora de se alimentar mais prazerosa, você pode tornar este um momento de socialização com quem você gosta. Um almoço ou um jantar em família, por exemplo, pode ser o que você busca, assim como uma reunião com amigos ou aquela pessoa especial.
Vale também preparar a refeição com essas pessoas, o que aproxima os laços afetivos e cria uma rotina positiva em torno da alimentação.
Para quem cuida de crianças, essa diversão na hora da alimentação pode ser ainda mais benéfica. Isso porque brincadeiras e conversas descontraídas podem estimular a criança a experimentar e aprovar novos alimentos.
Pense no seu bem-estar como prioridade
Como mencionado anteriormente, tudo é questão de perspectiva e isso inclui uma relação positiva com a alimentação. Por isso, é interessante que você entenda que se alimentar bem é cuidar de si, e que cuidar de si é algo que também traz a sensação de bem-estar.
Essa mentalidade serve principalmente para transformar a ideia negativa que muitas pessoas têm sobre rotinas alimentares saudáveis.
Além disso, é possível gostar de alimentos saudáveis. Basta apenas explorar as diferentes possibilidades de alimentos e combinações para descobrir o que agrada seu paladar.
Atenção: Alimentação é assunto sério. Em caso de dúvidas sobre como inserir uma alimentação prazerosa na sua rotina, busque orientação profissional qualificada. Se você ou alguém próximo está enfrentando algum distúrbio alimentar, procure ajuda médica.